14.7.10

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sempre gostei de guardar as coisas para mim.
boas e más. na mesma proporção.

há quem identifique isso como o egoísmo
típico de um filho único.

erro tremendo.

sou filha única.
mas nunca fui egoísta.
e a educação que me deram
nunca permitiu abrir espaço a tal sentimento.

sempre achei e tenho certeza hoje
que o que faço não é por egoísmo,
mas sim por puro altruísmo e protecção.

recuso-me a ver sofrer desnecessaria ou precocemente alguém que eu amo.
protejo aqueles que amo com devoção.
prefiro sofrer sozinha se assim tiver que ser.

no entanto,

ontem, cruzei-me com um vídeo em que uma mulher,
da minha idade, dizia que, quando soube que estava grávida,
decidiu, ela e o marido, contar também à família mais próxima
e amigos íntimos.
por alguma razão sentiu necessidade de justificar isso
então disse que sabia que, caso algo de mal acontecesse até
ao fim do primeiro trimestre, seria difícil ter que suportar isso sozinha
e que certamente o apoio dessas pessoas próximas seria imprescindível...

...as palavras dela continuam ainda agora a fazer eco dentro de mim.

mas continuo a achar que, havendo a probabilidade, por mais ínfima que seja,
mas que infelizmente não é assim tão ínfima, de fazer sofrer alguém que amo
quando posso protegê-los disso, a minha escolha será sempre protegê-los.
é o que farei. sempre.com unhas e dentes. sem excepção.

e a acrescentar a tudo isso vem a liberdade que eu tanto prezo.

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