as pessoas "partem-se" facilmente dentro de mim, assim como um copo quando cai sobre a mesa desamparado e se estilhaça.
mas, tal como os copos, algumas são feitas de materiais diferentes.
as pessoas que conquistam mais espaço dentro de mim são sempre as mais frágeis que como os copos de cristal, quando caem, estilhaçam-se irremediavelmente em mil pedaços. e ainda que consiga “reconstruir” algumas delas reciclando os estilhaços, o vidro reciclado torna-se menos puro, menos transparente e eu deixo de ver através dele com a mesma nitidez de antes e assim, lentamente, elas vão desocupando espaço e juntando-se a todas as outras pessoas. aquelas pessoas que ocupam menos espaço, menos importância e que sempre foram feitas desse mesmo vidro reciclado que ainda que seja mais resistente e possa até tombar sem partir, não tem a nitidez necessária para conquistar mais uns centímetros quadrados cá dentro.
e assim eu sou dona do espaço que ocupam dentro de mim. assim eu decido de que material são feitos todos aqueles que deixo que passem da porta de entrada e pisem cá dentro. assim eu decido quem pisa e quem fica. mas há uma coisa que feliz ou infelizmente está fora do meu alcance controlar – o momento desamparado da queda. Esse, está à inteira responsabilidade da outra pessoa, ou da vida...mas nunca à minha.
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